Por meio do através

Em época de tremenda superficialidade, não é de se estranhar que, apesar de a língua ser totalmente metafórica, inclusive em contextos formais, o uso do "através" seja tão condenado por possuir o sentido de "atravessar": vivemos em uma época em que tudo é possível, desde que não "atravesse" nada ou ninguém: desde que seja superficial.

Eis assim, como sempre foi e há de ser, a língua como reflexo da sociedade: através dela - corrigiriam, por meio dela - revelam-se nossos maiores melindres: temos total liberdade de falar ou fazer tudo, desde que absolutamente nada seja alterado.

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