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Mostrando postagens de novembro, 2010

Caminhada

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Acerta quem diz que o melhor do caminho é a própria caminhada. Em um caminho campestre, por exemplo, é realmente indispensável saber apreciar o perfume das flores, o canto dos pássaros, a imponência delicada das árvores frondosas. Indispensável viver o presente, colher o dia, não apenas saudosar verões ou projetar invernos. Sobretudo quando tal caminhada é metáfora do amor. Erra, no entanto, quem esquece que o caminho só existe quando leva de um lugar a outro. Que o caminho leva tempo. Afinal, não fossem um ponto de partida e um ponto de chegada, nem haveria caminho; bem como, não fosse o tempo, nem haveria pássaros, flores, árvores. É impossível colher um dia não plantado. Há quem defenda a total falta de perspectiva, um simples ir-levando, e a esses resta um mero vagar, não a caminhada em sentido pleno. Resta um vagar como a folha que o outono seca e leva, não a alegria primaveril das flores ao sol diário, os laços íntimos dos pássaros nos ninhos e nas nuvens,