Respiração Artificial, de Ricardo Piglia

Resenha participante do Desafio Literário 2013

Respiração Artificial foi o primeiro livro de ficção que li do argentino Ricardo Piglia. Do mesmo autor, antes, apenas Formas breves, um dos mais belos livros de ensaios que já devorei, ou melhor, que venho devorando incessantemente. Aliás, foi Formas breves que me fez correr atrás da ficção do hermano. No fundo, e na verdade, acho difícil definir qual dos dois é ficção, qual dos dois é ensaio teórico, qual dos dois é mais encantador. A única coisa que sei até aqui: de Piglia, quero ler cada vez mais.

A sinopse de Respiração Artificial é simples, embora o livro seja bastante denso. Emilio Renzi, evidente auter ego do autor, vai dialogando com diversos personagens emblemáticos de maneira assustadoramente profunda e erudita sobre historiografia, filosofia, teoria literária, vida. No fundo, digo do ponto de vista da minha opinião ainda superficial, o livro é uma grande pretexto do qual Piglia dispõe para apresentar relatos autobiográficos, teorias e insights geniais, além de nos convidar, de maneira demasiadamente atrativa, a ler Jorge Luis Borges, Roberto Arlt, James Joyce, Franz Kafka, Wittgenstein, entre tantos outros autores de quem vai falando de maneira tão natural, familiar e apaixonada que fica difícil não desejar conhecê-los. Entre eles, aliás, o próprio Piglia.

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PIGLIA, Ricardo. Respiração Artificial. [1980]. São Paulo: MEDIAfashion, 2012.

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