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Mostrando postagens de outubro, 2015

Sem chegar a lugar algum

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12:00 Vale lembrar: a dicotomia benjaminiana já não comporta mais o narrador contemporâneo, pois ele nem é o viajante que volta para contar o que viveu, nem o velho familiar que sempre permaneceu na vila. O novo narrador, amante de Borges, que viaja vice-versa da casa ao trabalho e eventualmente ao lazer (do nada ao vazio, como preconizam os orientais), nem sai, nem fica: é eterno transeunte baudelariano girando na roda viva do Yin-Yang subjetivo. É por isso que a narrativa contemporânea dá tanto rodeio sem chegar a lugar algum. 03:00 G. K. Chesterton (escritor britânico cuja felicidade consistiu em fazer uma longa viagem para chegar exatamente no lugar de onde partiu, sentindo a aventura do viajante e a segurança familiar do aldeão, conforme narra em Ortodoxia ), preocupado com os rumos que a narrativa mundial tomava, sugeriu o seguinte: se não é possível sair do círculo da loucura, é preciso pelo menos expandi-lo, deixar de centrar-se no indivíduo e, de fato, descentrar-se

Virtuose

Como se já não bastasse ser virtuosa... hoje o dicionário me contou que minha esposa é também virtuose.

Execução

Odiava aquele trabalho, mas tinha que executá-lo. Já acostumado, com muita astúcia, mirou e disparou. Outra bela foto!

Refúgio

Um mundo melhor: não apenas quando soubermos receber refugiados, mas principalmente quando nenhum de nós precisar de refúgio.

Perdendo tempo

Ao reparar na maneira maluca com que a formiga corria de um canto a outro da cidade carregando suas folhinhas, a cigarra tirou um dos fones do seu smartphone e recomendou:  — Relaxa, meu! Essa sua correria não salva nem cinco minutos do seu dia! Mal sabia a cigarra que o temor da formiga não era perder tempo, mas que lhe roubassem o relógio, a carteira, os pertences, a vida. Já que o tempo... só o perde quem o tem.