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Mostrando postagens de agosto, 2011

Tempo, Tempo, Mano Velho

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Não mais aquela surpresa constante da criança que vai descobrindo a vida a cada novo passo, mas sim aquela surpresa inusitada - quase um susto - de quem já sabe o que esperar da previsibilidade do mundo e que, mesmo assim, ainda não espera perfeitamente bem. Não o susto de quem se descobre perdido, mas o susto de quem sabe exatamente qual rota seguir e de repente descobre que o mapa está desatualizado, ou mesmo que a meta mudou. A surpresa de quem vai descobrindo que nem sempre há um retorno quando se erra o caminho; e que o preço a ser pago pelo combustível queimado na rota errada é caríssimo. Não o susto de quem vê um animalzinho na pista, mas o horror de quem vê outra pessoa atropelando-o deliberadamente. Não a surpresa do adolescente que se apaixona pela menina que mal conheceu, mas a surpresa causada pelo velhinho que, apesar das rugas da convivência, ama fervorosamente sua companheira de vida. Não a surpresa de receber uma nova cartinha de amor, mas surpresa de encontrá-la