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Mostrando postagens de dezembro, 2010

Ano que foi, ano que vem

Ainda não me acostumei a escrever texto de passagem de ano. Poderia listar grandes acontecimentos ocorridos, como meu término de relacionamento de mais de dois anos com a Fundap, meu antigo emprego, lugar onde cresci demais em todos os sentidos e que me abriu diversas portas. Lugar que deixou saudade. Ainda falando em saudade, poderia escrever sobre a  volta de ma petite Juliana , de como seu intercâmbio foi uma experiência enriquecedora para nós dois e de como, mesmo longe, mantivemo-nos próximos, juntinhos, caminhando a passos vagarosos e firmes, lado a lado, nesse caminho abençoado e maravilhoso. De como, agora já com mais de dois anos de namoro , o respeito e a ternura continuam nos guiando, e de como ainda me surpreendo com cada qualidade julianística que vai se revelando no simples, no dia-a-dia, no cotidiano. Do quanto ela, Juliana, é uma espécie de luz que me faz enxergar, como num susto, a felicidade. Falando em sustos, poderia escrever sobre o baita susto que m

Para ser conciso

Para ser conciso, é preciso escrever muito.

J'Attendrai Le Suivant

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Curta-metragem J'attendrai Le Suivant, de Philippe Orreindy.

Por Amor

Talvez ambas, cigarra e formiga, nunca se toquem do quanto se amam. Se soubessem, talvez a cigarra tentasse acordar todo dia na mesma madrugada, em plena escuridão do amanhecer, para ir lá, bocejante e desengonçada, tentar acompanhar a incessante marcha operária da outra em busca de folhas sem fim. Cumpriria o papel ridículo de saltitar em meio aos passos firmes e ligeiros de miúdas patinhas incansáveis, terminando a jornada entalada, em plena entrada do formigueiro, empacando o caminho das demais sem trazer uma mísera folhinha. Tudo por amor. Sem contar que talvez a formiga abandonasse o trabalho da vida toda para ficar ensaiando músicas ao longo do dia, desafinando agudos incorrigíveis nas suas rimas pobres de amor e dor. Cumpriria o papel ridículo de questionar ao sol e à lua como, de repente, a outra deixou de procurá-la nos invernos esfomeantes, e terminaria expulsa do formigueiro e desamparada no frio da solidão. Tudo por amor. Cada uma, pouco a pouco, deixaria de s